quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Soneto da perdida esperança.


                                                                                            Por Débora, Lara e Arthur Brito

Perdi o bonde e a esperança.

Volto pálido para casa.

A rua é inútil e nenhum auto

passaria sobre meu corpo.


Vou subir a ladeira lenta

em que os caminhos se fundem.

Todos eles conduzem ao

princípio do drama e da flora.


Não sei se estou sofrendo

ou se é alguém que se diverte

por que não? na noite escassa


com um insolúvel flautim.

Entretanto há muito tempo

nós gritamos: sim! ao eterno.


     Carlos Drummond de Andrade expõe o cansaço de sua alma, metaforicamente representado pela "rua inútil". No segundo verso, Carlos diz que irá seguir a vida lenta e que irá por qualquer caminho, pois todos eles não levam à lugar algum. Em um momento, ele não consegue diferenciar a realidade com a ilusão – "não sei se estou sofrendo" – e fica mais triste quando pensa em uma possibilidade de alguém poder estar se divertindo em uma noite de muita depressão para ele.

Um comentário:

  1. Ótima execução, adorei a forma como foi retratado a interpretação do poema... parabéns!

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